segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Boas Festas!

O fim do ano chegou com graves ameaças ambientais. Queimadas inconsequentes continuam a dizimar a vegetação e ameaçar os ecossistemas da região.
Queimada na vegetação rasteira.
  A degradação das áreas de mangue pelos rebanhos bubalinos é deprimente.
Rebanho bubalino na praia do Goiabal-Calçoene.
Mas a cada dia novos caminhos são abertos. Renovando nossa esperança em um futuro melhor. (?)
Trecho da BR 156 (Calçoene-Oiapoque) recém pavimentada.
Desfrutemos de nosso paraíso com prudência e harmonia.
Balneário da "Prainha" - Calçoene
Um Natal iluminado! Um Ano Novo repleto de realizações!
Barco Pesqueiro.
São nossos sinceros votos.
Hélida Pennafort e família.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Parque Zoobotânico de Macapá.

O Parque Zoobotânico de Macapá abriga em seus 101 hectares três importantes ecossistemas amazônicos: floresta de terra firme, cerrado e ressaca. Sendo que grande parte deste mosaico está tomado pelo primeiro ecossistema, com destaque para as espécies vegetais da sapucaeira (Lecythis pisonis Cambess) e bacabeira (Oenocarpus bacaba Mar).
Área de transição entre os ecossistemas de
Cerrado e Ressaca.

Na parte leste, o contexto aberto dá a vez para um significativo cenário de transição de cerrado para ressaca, tendo destaque, neste último, a espécie do buritizeiro (Mauritia flexuosa). Neste local, foram observados vestígios de ações de animais que não pertencem aos ecossistemas em questão. No caso, um animal da espécie bovina e um porco doméstico de grande porte. Este animais pisoteiam e defecam no solo da ressaca interferindo na interação entre o meio biótico e abiótico próprios. Segundo o guarda do parque, esses animais pertencem à propriedades particulares próximas e vão para a reserva em busca de alimento.

Vegetação de Cerrado
O cerrado retorna a vez no extremo norte da área, no limite do parque com os arredores urbanizados. Nos pontos oeste e sul a floresta de terra firme volta a ocupar a maior parte do mosaico.

O fato da reserva estar fechada a visitação pública somado a pressão urbana por sua localização acarretam situações preocupantes. É o caso de uma lixeira à céu aberto que está se acumulando na área leste. Moradores e vendedores ambulantes dos arredores depositam lá todo tipo de lixo. Poucos metros após essa lixeira foi localizada uma pequena porção de área desmatada, provando que o parque está vulnerável à ação antrópica em um nível que põe a capacidade de resiliência, desnecessariamente, à prova.



Aspecto da vegetação de Floresta Tropical.
Percebe-se, por fim, que a importância do parque como área de preservação e opção de lazer não é devidamente reconhecida nem pelo poder público nem pela sociedade civil. O emprego de verbas para colocar em ação o projeto de adequação do parque às normas definidas pelo Ibama, ao lado de outro projeto que vise alertar as comunidades vizinhas à reserva sobre a importância do local urgem para que este consiga sobreviver à pressão antrópica verificada.


A exemplo de outros parques municipais, como o Ibirapuera e Parque da Luz (São Paulo), o Parque Zoobotânico de Macapá precisa fazer parte da rotina de lazer dos macapaenses. Mas para que isso se concretize é preciso haver maior participação da sociedade civil, da classe empresarial e do poder público, todos têm um importante papel a desempenhar para que o potencial de entretenimento da reserva aflore e preencha uma parte importante na vida de todos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Alambique Tumucumaque.

Cachaça e licor Tumucumaque.
Os amapaenses apreciadores de uma boa cachaça ou de um delicioso licor terão em breve uma triste perda. O único alambique do Amapá está prestes a adotar um novo estado para desenvolver suas atividades.
Há oito anos, o casal Brasil e Berenice combate todas as adversidades financeiras para exportar as bebidas do município do Amapari para grandes capitais brasileiras e países da União Europeia. Porém, após sofrerem com um ataque de vândalos que atearam fogo no canavial que abastecia a indústria, os ânimos para continuar o trabalho se extinguiram juntamente com a qualidade do solo queimado nesse atentado.
É, no mínimo, lamentável que uma indústria devidamente oficializada, situada no coração de uma região tão exuberante do Amapá não consiga mais continuar a desenvolver suas atividades.

Fabricação da Cachaça

Alambique agora desativado destilou durante oito anos a cachaça Tumucumaque.
A utilização do cobre na confecção dos alambiques vem de tempos antigos. O metal é um excelente condutor de calor, o que beneficia o processo de fermentação e destilação, reduz a contaminação bacteriana, além de absorver o enxofre produzido durante a fermentação.

A cana é moída e a garapa,  filtrada para retirada de impurezas. Só então começa o processo de fermentação natural com o fubá de milho, isento de aditivos químicos.
A fermentação pode durar de 24h a 36h. O vinho passa por uma nova filtragem e começa o processo de destilação no alambique. O líquido é aquecido e o vapor passa por um tubo que, condensado, sai em outro recipiente como cachaça.

Dona Berenice mostra o painel de fotos da família. Nele consta o casal de embaixadores da Alemanha que chegaram a visitar a propriedade anos atrás.

Fotografia do mês de agosto.

Papoulas.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fotografia do mês de julho.

Curiaú Mirim.

Vila do Curicaca, um pedaço de paraíso.

FOTOS: FLÁVIA PENNAFORT
CASA NA VILA DO CURICACA
"O sal da solidão

devora a quimera
de plantar teu jardim."
( ÉDEN, José Edson dos Santos)
A Vila do Curicaca, no município de Itaubal do Piririm, orquestra uma perfeita harmonia entre as tranquilas e envolventes águas do Macacoari e a vegetação amazônica que envolve o local. Tudo instiga os sentidos para o belo.
GARÇA NO RIO MACACOARI
"A graça graciosa das garças

desnudam bailarinas absortas
na levitação matinal solar"
( TERCÓIS DA MANHÃ, José Edson dos Santos)

"Talvez você não saiba, Ana
ananás é uma bromélia
que dá uma flor
e um fruto bem bacana

Que na luta do dia-a-dia
todos os sacanas dos abacaxis
devem ser descascados
com cuidado, Ana"

( POEMA PARA ACORDAR ANA LUIZA, José Edson dos Santos)


O paladar tropical não pode faltar.

Theobroma cacao, o popular cacau. Contém proteínas, gorduras, cálcio, magnésio, ferro, zinco, caroteno, vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12 e C.


Toda elegância de Miss Garça na passarela.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Igarapé do Lago homenageia Nossa Senhora da Piedade


Faz calor na manhã nublada em que os fiéis do Distrito do Igarapé do Lago conduzem a imagem de Nossa Senhora da Piedade para a Procissão da Meia Lua. É o décimo primeiro dia de programação das festividades em honra à Santa e esse rito consiste em percorrer uma trajetória de meia lua pelo igarapé que banha a vila.
( Fotos: Flávia Pennafort )
A Festa da Piedade é organizada pela União Folclórica do Igarapé do Lago e consiste de uma extensa estrutura de rituais: missas, novenas com o canto da folia, peregrinações pelas casa ribeirinhas, corte do mastro, esmola, repique se sinos, salva de fogos, procissão da Meia Lua e batuque.
A comissão organizadora vem à frente. O porta-bandeira traz o estandarte onde está pintada a imagem de Nossa Senhora com seu filho ao colo, em seguida a guardiã carrega a imagem da Santa entre o mantenedor e o fiel com a cruz branca, símbolo da fé cristã. Fiéis acompanham a comitiva entoando a folia ao ritmo de tambores e ganzás.
 O porta-bandeira tem que ter equilíbrio nas evoluções durante o trajeto e, dentre outros cuidados a serem tomados, não deixar o estandarte tocar na água.
Terminada a procissão, a missa do dia é encerrada pelo diácono e a comunidade faz uma pausa para o almoço e em seguida começa o batuque, ponto máximo da festa.
O Mastro permanece em frente a igreja durante o período festivo.
Sabe-se que a festividade na região do Igarapé do Lago remonta ao início do século passado e que Belmiro Macedo Medina foi quem, durante os primeiros ciquenta anos, organizou e liderou os festejos, chegando ele mesmo a confeccionar os tambores que até hoje são usados durante as cerimônias. Mas é Dona Zezinha, uma das “Escravas devotas de Nossa Senhora” quem expõe a mitologia que deu origem à Festa.

Dona Zezinha, 84, nascida e criada em Mazagão Velho é uma das dançarinas 
"Escravas de Nossa Senhora". São mulheres de todas as faixas étárias que dançam o batuque.

Muito tempo atrás no continente Africano, um casal de negros teve uma linda filha: branca, loura e de olhos claros, que chamou a atenção de todos, tanto por sua formosura quanto pelo fato de que naquele tempo o continente só era habitado por negros. O fato chegou ao conhecimento do rei que, movido pela curiosidade, foi visitar o casal. Ao ver a criança ele e a rainha se ofereceram para serem os padrinhos de Sereia, como foi chamada a pequena.


Sereia cresceu à sombra do amor e a dedicação de seus pais e irmãos e com o amparo e proteção real. E assim foi até a sua adolescência quando, prestes a completar quinze anos, ela declarou querer de presente um barco, pois seu sonho era conhecer o Atlântico. Seu padrinho, o rei, atendeu ao pedido da afilhada e no dia do seu aniversário levou a todos para passear* no barco que tinha como tripulação os irmãos de Sereia.

O passeio seguia como um sonho quando uma forte tempestade abateu o oceano e fortes ondas entornaram a embarcação, lançando todos no mar agitado. Mesmo lutando por suas vidas, todos viram quando um grande animal emergiu e puxou Sereia para o fundo. Ao chegar em terra firme, olhavam desesperados para o mar na esperança de que a moça aparecesse. Chegou o fim do dia e do oceano só o barulho das ondas se faziam ouvir.

Ao chegarem em casa relataram o ocorrido a todos que conheciam:

“Fomos passear com a Sereia,
bicho do fundo levou.
Nos corre sangue nas veias,
no coração deixa a dor”.**

Dia após dia, seus irmãos voltavam ao local de seu desaparecimento na esperança de que Sereia aparecesse. Sua mãe implorava a Nossa Senhora para que tivesse piedade de seu sofrimento e que a fizesse ver sua filha novamente. Até que passado um mês, ao chegarem ao local, viram sua irmã em cima de um morro de areia, com seus membros inferiores semelhantes a um peixe de escamas prateadas. Inflamados de emoção, os irmãos tentaram se aproximar de Sereia, mas esta pediu para não ser abraçada, pois agora eles não pertenciam mais ao mesmo meio. Pediu, porém que, em um mês, trouxessem sua mãe para vê-la.

Assim foi feito, e em um mês, retornaram ao seu boiador em companhia de sua mãe, que ao ver a amada filha, caiu em prantos e agradeceu a Nossa Senhora que teve piedade de seu sofrimento e concedeu a graça de fazê-la ver sua filha uma vez mais.

Sereia declarou que fora encantada e agora sua sina seria viver no fundo dos rios e mares como Iemanjá. E em agradecimento à Nossa Senhora, sua família deveria fazer uma estátua da Santa com o filho Jesus ao colo. Além disso uma festa deveria ser preparada. E assim foi, Iemanjá orientou todos os aspectos da festa: o canto da folia, como deveriam ser feitos os instrumentos, as procissões, a bebida gengibirra, o batuque e tudo mais.

E, assim, começou a tradição que chegou até hoje repleta de fé e tradição. Com fervor religioso e seu ritmo contagiante o Batuque da Piedade é um elo que une nações e gerações.


*Procissão da meia lua
**Relato que acabou se tornando a principal jaculatória da folia e do batuque.


O batuque é a herança dos antepassados escravos, a parte profana da festa e o ponto máximo da manifestação cultural. Batedores seguem a tradição de sentar em cima dos tambores. Estes foram confeccionados por Belmiro Macedo Medina mais de cem anos atrás.

A Festa da Piedade está incluída no Caléndário Turístico Oficial da EMBRATUR.

Fotografia do mês de junho.

Aspectos de uma propriedade na Vila do Curiaú.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

1º de junho - Dia Nacional da Imprensa

Como uma forma de homenagear os primeiros profissionais da imprensa amapaense, escolhi a primeira parte de uma exposição apresentada por papai no

CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA

A IMPRENSA NO AMAPÁ

Exposição feita pelo Conselheiro Hélio Pennafort na Reunião do dia 25 de maio de 1994.

Pelo que nos conta a História, a imprensa escrita no Amapá apareceu em 15 de novembro de 1895 com o jornal “Pinsonia”, editado pelo macapaense Joaquim Francisco de Mendonça Júnior. Depois circulou o “Correio de Macapá”, fundado pelo maranhense Jovino de Albuquerque Dinoá, a partir de 3 de maio de 1916. Pelo que se sabe, a existência desses dois jornais teve pouca duração.
Com a criação do Território Federal, o Governo colocou em circulação o jornal “Amapá”, editado pelo Serviço de Imprensa e Propaganda do Gabinete do Governador, com os objetivos de publicar os atos do governo e noticiar os fatos mais importantes que ocorriam no Território e no País, com pequenos e irregulares espaços destinados também a notícias internacionais.
No primeiro número, que circulou no dia 19 de março de 1945, o governador Janary Nunes ocupou grande espaço na primeira página para uma apologia ao Caboclo da Amazônia. Em certos trechos desse artigo, ele descamba para a poesia, ao dizer, por exemplo, que se a mãe não pôde amamentá-lo, o recém-nascido caboclo “toma caribé ou mingau de macaxeira e, não raro, antes do primeiro aniversário, já bebeu a cuia do açaí ou da bacaba e provou o sabor do charque rançoso e do pirarucu seco”. Também nesse jornal saiu a notícia do projeto de construção da Trans Amapá, “cujo traçado inicial foi feito pelo general Rondon, ligando os vales dos rios Amazonas e Oiapoque”, saindo de Macapá para Clevelândia. Fica-se então sabendo que Trans Amapá foi o primeiro nome da BR-156.
O esquema de circulação do jornal “Amapá” era perfeito. Com o apoio das prefeituras municipais, era lido em todo o interior do Território, aonde chegava com alguns dias de atraso por causa da irregularidade nos meios de transportes.

O primeiro diretor do “Amapá” foi o jornalista Paulo Eleutério Cavalcanti de Albuquerque e a equipe de redatores foi formada por funcionários do Governo, lotados na Secretaria Geral do Território. O jornal tinha também colaboradores ilustres. Entre eles os governadores Janary Nunes, Pauxy Nunes e Ivanhoé Martins. O general Ivanhoé Martins, vale destacar, foi um dos governadores mais cultos que o Amapá possuiu. Foi professor da Escola Militar, tendo como um de seus alunos o presidente Emílio Garrastazu Médici. Foi Adido Militar do Brasil na França e conferencista da Escola Superior de Guerra. Ivanhoé comparecia com regularidade às páginas do “Amapá” com longos artigos onde analisava fatos atuais da vida brasileira e aproveitava para distribuir lições de civismo e incentivar o amor à Pátria. Foi durante o Governo do General Ivanhoé Martins que a Imprensa Oficial teve as suas instalações ampliadas e os equipamentos modernizados o que possibilitou o aumento da tiragem do “Amapá”, que passou a circular obrigatoriamente em todas as repartições do governo e entidades particulares, por recomendação expressa do Governador.
Grandes nomes do jornalismo amapaense passaram pela redação do “Amapá”. Álvaro Cunha, Armando Cunha, Alcy Araújo, Danilo Du Silvan, Carlos Cordeiro Gomes, Ezequias Assis, Ernani Marinho, Arthur Néri Marinho, para citar os que me chegam agora à lembrança. E entre os colaboradores de grande bagagem intelectual, destacamos a figura do Dr. Aurélio Távora Buarque, que deu uma grande contribuição à memória regional com seus brilhantes textos sobre a História do Amapá.
Houveram várias tentativas de mudar a forma e mesmo a linha editorial do “Amapá”. No fugaz governo de José Francisco de Moura Cavalcanti, retiraram as letras góticas do título, que também foi substituído por “Amapá-Jornal”. Mas depois o jornal voltou à sua forma original, permanecendo com ela até sair definitivamente de circulação no início dos anos 70.
A “Folha do Povo” foi outro jornal que circulou em Macapá durante a fase do Amapá Território. Mais precisamente entre os anos 58 e 63. O seu objetivo era claro. Exerceu feroz oposição aos governadores Pauxy Nunes e Terêncio Porto. Saiu de circulação quando encerrou o período administrativo do Governador Terêncio.
A História da Imprensa do Amapá não pode ser escrita, porém, sem uma menção honrosa à “A Voz Católica”, um jornal que em determinada fase chegou a ser considerado o mais intelectualizado de toda a Amazônia e ficou conhecido também pela força que desempenhava como instrumento formador de opinião num momento especialmente delicado da vida amapaense.
Padre Caetano Maiello.
O jornal teve origem no longínquo Oiapoque. A paróquia daquele município fazia circular “O Ideal”, editado pelo padre-coadjutor Jorge Basile, o que motivou o Bispo Prelado Dom Aristides Piróvano a criar um órgão oficial da Prelazia de Macapá. Para isso, mandou buscar o padre Jorge Basile em Oiapoque, entregando-lhe a tarefa de fazer um jornal católico que tivesse como lema “A Caridade e a Verdade”.
O jornal foi também dirigido pelo padre Caetano Maiello e teve como colaboradores nomes de expressão na literatura e no jornalismo. Sebastião Cunha, Derossy Araújo, Elson Martins, Tito Guimarães, Ciro Pennafort, Artur Rafael, Fernando Canto e tantos outros mais misturavam artigos de opinião, crônicas saborosas e poemas romântico-realistas com notícias paroquiais, programas de festividades de santos padroeiros, e informes comunitários.
A distribuição ficava por conta das paróquias. E quando o jornal trazia algum artigo ou alguma reportagem que merecesse análise profunda do ponto de vista religioso, era lido nos sermões das missas dominicais e comentado pelo padre de modo que os fiéis assimilassem bem a mensagem que o jornal queria transmitir a seus leitores. 


Elson Martins.
Dessa maneira, pela sua posição de vanguarda, pela presença constante da Literatura, da História, da Poesia, do entretenimento, a “Voz Católica”, decididamente, foi um dos mais importantes semanários que já circulara pela Amazônia, com repercussão em outros Estados brasileiros e até mesmo no exterior. Valeu o esforço da sua equipe de colaboradores, que trabalhava gratuitamente, movida apenas pelo desejo de fazer algo de positivo para a formação religiosa, política e cultural da nossa gente.

Parabéns, Fernando!

Pode não ser o Dia da Poesia, mas 29 de maio é o dia deste grande poeta, Fernando Canto.
Fernando é paraense, nascido na cidade de Óbidos, mas como ele mesmo declara em AMAPÁTRIA:

Meus pés, então, colaram à terra
Como planta que “pega de galho” em solo fértil
E nunca mais eu e tu fomos nós dois!”

Sua música floreia as noites amapaenses e sua obra como um todo é uma importante raiz da Literatura Regional.
Imagem do blog smcanto.blogspot.com.br
 
Monólogo
Mesmo me enganando
creio em mim
Todo o tempo
quando os dias criam raízes
Artesanateio angústia e afins
Creio que protesto contra credos
crendices e credores
sem contudo descartar
um otimismo de editorial
Mesmo me enganando
Creio em mim
Se há lenha e fogo
Se há escuro e frio
há em mim
uma gravidez de lua
e um aborto de quintal
sem cerca.

(Fernando Canto)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Fotografia do mês de maio.

O vôo do japiim.

Estressada com a greve que não acaba. Eu, heim!!!!!!!

E são estes momentos que me fazem recordar de minha época na Escola Integrada de Macapá nos tempos do então Governo Federal, quando os professores tinham salários dignos e faziam jus a isso. A simples menção do título de professor já trazia à mente a honradez da profissão e o merecedor salário.
Não me lembro de ter que voltar mais cedo pra casa por falta de professores ou de merenda escolar. Os poucos imprevistos com relação a última, eram resolvidos com uma “vaquinha” entre os estudantes dispostos a colaborar.
As aulas eram sagradas para todos que com pontualidade britânica adentravam às salas com muito cuidado para não escorregar no piso devidamente encerado pelos servidores da Parabrilho.
A analogia do filho que sai de casa e começa a andar com as próprias pernas foi muito utilizada em 1988, ano em que a Constituição Federal homologou a criação do Estado do Amapá, começa agora a surtir efeito. Satisfeitos ou insatisfeitos de que outra maneira aprenderíamos a “andar” por conta própria?

Visitando o Chico na prisão.

Fotos: Flávia Pennafort.
O macaco-prego Chico.

O Chico não deve impostos e nunca ameaçou a integridade física ou moral de ninguém, no entanto está condenado a passar o resto de sua vida atrás das grades. Graças à insensibilidade humana aliada a falta de rigor das leis brasileiras em relação aos crimes ambientais, este macaco-prego vive em cativeiro na RPPN Revecon. Chico chegou aos cuidados da Reserva através de uma operação da Polícia Ambiental que recebeu denúncias de que ele estava sofrendo maus tratos por parte das crianças de uma residência.

Como estava sendo criado como bicho de estimação, Chico não sabe sobreviver sozinho em seu habitat natural. Está agora totalmente dependente dos cuidados humanos. 

O Chico é um macaco-prego (Cebus libidinosus). Este primata das florestas tropicais tem hábitos diurnos e pode alcançar a idade de 40 anos. Inteligentes e de mãos habilidosas, macacos-prego vivem em bandos no topo das árvores onde dormem e conseguem alimento. De lá só descem para beber água e “atacar” plantações.

Fotografia do mês de abril.

*Coragyps atratus apreciam o pôr-do-sol no Lontra da Pedreira.
* urubu

terça-feira, 22 de maio de 2012

Esperando pelo fim da greve.

Aproveitando a greve para coletar material para minhas pesquisas.

Enquanto a sensibilização por adequadas condições de trabalho e dignos salários aos professores não chega às autoridades públicas o jeito é esperar pacientemente por um possível acordo.
Lamento pelas turmas da Universidade que estão (ou estariam) com a formatura prevista para este ano e lamento ainda mais pelos estudantes da rede estadual que, com toda certeza, estão prejudicados com a quebra no ritmo das atividades escolares.
Eu, particularmente, estou numa posição um tanto cômoda esperando pelo fim da greve na Unifap. 

Descansando.

Fotografia do mês de março.

Rio Pedreira

Manguezal.

Mesmo com uma variedade pequena de espécies o mangue ainda é considerado um dos ambientes naturais mais produtivos do Brasil devido às grandes populações de crustáceos, peixes e moluscos existentes. 

FOTOS: FLÁVIA PENNAFORT

O manguezal é um ecossistema que ocorre na transição de ambientes terrestre e marinho, sofrendo influências diretas do regime de marés.
Extremamente sensível e de grande importância esse ecossistema tropical e subtropical predomina na área costeira do Amapá. Está associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa. 
O manguezal abriga uma biodiversidade que oferece as condições ideais para reprodução, eclosão e abrigo para mamíferos, aves, peixes, moluscos e crustáceos. Ou seja, é um grande “berçário natural”.
Devido a essa dinâmica, a vegetação do manguezal é chamada de halófila, denominação dada às plantas que se adaptam à variação de sal na água e no solo. Neste ecossistema também encontramos grande número de pneumatóforas (plantas que respiram pelas raízes).
O Brasil abriga uma das maiores extensões do ecossistema de manguezal do mundo. No Amapá, o manguezal é o ecossistema costeiro predominante.
O solo do manguezal é salgado, lodoso, pobre em oxigênio, mas rico em nutrientes, uma vez que as plantas acumulam muitos sedimentos orgânicos de matéria em decomposição, o que justifica seu odor característico. Além disso a vegetação serve para fixar o solo e impedir a erosão. É também nos manguezais onde ocorre a produção de mais de 95 por cento do alimento capturado no mar, daí a enorme importância desse ecossistema.
Praia do Goiabal
Calçoene - AP

Os pássaros e a manutenção da cobertura vegetal.


Esta castanholeira é obra de um passarinho que após comer a polpa do fruto
deixou a semente cair bem nos fundos do meu quintal.

Os pássaros têm um importante papel para a manutenção das espécies vegetais. Ao se alimentarem dos frutos, enterram, regurgitam, defecam ou simplesmente deixam cair suas sementes em outros lugares, contribuindo assim com o manejo florestal.

Fotografia do mês de fevereiro.

Foto:Flávia Pennafort.

Cachoeira do Firmino
Calçoene - AP


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fotografia do mês de janeiro.

Rio Camaipi.

E o meio ambiente, Dilma?

O primeiro ano do governo Dilma não pôs em prática o discurso verde adotado durante a campanha presidencial. Em balanço feito pela Folha de São Paulo, o primeiro ano da Dilma é pior que o de Collor, que comandava o país na época da Rio 92. Enquanto a sucessora de Lula não criou nenhuma unidade de conservação até agora, Collor tirou do papel 15 em seu primeiro ano. Belo Monte também avançou no mandato de Dilma, enquanto Collor preferiu engavetar por conta das inúmeras críticas que recebera.
Sem o cumprimento das recomendações do Ibama e com uma penca de ações judiciais, o projeto ganhou a licença do governo e continua gerando muita polêmica.

Sob a batuta da presidente, a legislação ambiental brasileira também está sofrendo um retrocesso nunca visto na história do país. Além de ter reduzido o poder de fiscalização do Ibama com a aprovação da Lei Complementar 140, o Congresso está prestes a aprovar um projeto que desfigura o Código Florestal. Dilma, portanto, tem muito trabalho pela frente para chegar à Rio +20 com um portfólio ambiental aceitável.

Do site do Greenpeace
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/e-o-meio-ambiente-dilma/blog/38573/