terça-feira, 6 de novembro de 2012

Parque Zoobotânico de Macapá.

O Parque Zoobotânico de Macapá abriga em seus 101 hectares três importantes ecossistemas amazônicos: floresta de terra firme, cerrado e ressaca. Sendo que grande parte deste mosaico está tomado pelo primeiro ecossistema, com destaque para as espécies vegetais da sapucaeira (Lecythis pisonis Cambess) e bacabeira (Oenocarpus bacaba Mar).
Área de transição entre os ecossistemas de
Cerrado e Ressaca.

Na parte leste, o contexto aberto dá a vez para um significativo cenário de transição de cerrado para ressaca, tendo destaque, neste último, a espécie do buritizeiro (Mauritia flexuosa). Neste local, foram observados vestígios de ações de animais que não pertencem aos ecossistemas em questão. No caso, um animal da espécie bovina e um porco doméstico de grande porte. Este animais pisoteiam e defecam no solo da ressaca interferindo na interação entre o meio biótico e abiótico próprios. Segundo o guarda do parque, esses animais pertencem à propriedades particulares próximas e vão para a reserva em busca de alimento.

Vegetação de Cerrado
O cerrado retorna a vez no extremo norte da área, no limite do parque com os arredores urbanizados. Nos pontos oeste e sul a floresta de terra firme volta a ocupar a maior parte do mosaico.

O fato da reserva estar fechada a visitação pública somado a pressão urbana por sua localização acarretam situações preocupantes. É o caso de uma lixeira à céu aberto que está se acumulando na área leste. Moradores e vendedores ambulantes dos arredores depositam lá todo tipo de lixo. Poucos metros após essa lixeira foi localizada uma pequena porção de área desmatada, provando que o parque está vulnerável à ação antrópica em um nível que põe a capacidade de resiliência, desnecessariamente, à prova.



Aspecto da vegetação de Floresta Tropical.
Percebe-se, por fim, que a importância do parque como área de preservação e opção de lazer não é devidamente reconhecida nem pelo poder público nem pela sociedade civil. O emprego de verbas para colocar em ação o projeto de adequação do parque às normas definidas pelo Ibama, ao lado de outro projeto que vise alertar as comunidades vizinhas à reserva sobre a importância do local urgem para que este consiga sobreviver à pressão antrópica verificada.


A exemplo de outros parques municipais, como o Ibirapuera e Parque da Luz (São Paulo), o Parque Zoobotânico de Macapá precisa fazer parte da rotina de lazer dos macapaenses. Mas para que isso se concretize é preciso haver maior participação da sociedade civil, da classe empresarial e do poder público, todos têm um importante papel a desempenhar para que o potencial de entretenimento da reserva aflore e preencha uma parte importante na vida de todos.

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