terça-feira, 9 de junho de 2015

FLONA - AMAPÁ

FLONA - AMAPÁ
Fotos: Hélida Pennafort
A Floresta Nacional (FLONA) do Amapá foi a primeira Unidade de Conservação (UC) de Uso Sustentável criada no Estado do Amapá. No governo do Presidente José Sarney, no final dos anos 80, o Brasil vivia o contexto das políticas públicas voltadas para a criação de UC´s. A FLONA foi então criada pelo Decreto nº 97.630, de 10 de abril de 1989, com área estimada em 412.000 ha (quatrocentos e doze mil hectares), subordinada e integrante da estrutura básica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, autarquia federal, vinculada ao Ministério do Interior. Seu perímetro está assim definido: no lado leste, da cabeceira do Rio Falsino até sua confluência com o Rio Araguari; no limite sul, segue por este rio até sua confluência com o Rio Mutum; no limite oeste, segue por este rio até sua cabeceira, e o limite norte é definido pela linha 1º51’4” até a cabeceira do Rio Falsino, ponto inicial do perímetro.
 Aspectos do bioma de Floresta Amazônica
O bioma predominante na FLONA é o de floresta amazônica. Altamente estratificada, suas árvores dispõem-se em cinco camadas: uma camada de árvores muito altas e dispersas que se projetam de 50 a 60 metros de altura; seguida pela camada do dossel que forma um tapete verde com árvores de 25 a 35 metros de altura; o terceiro estrato é composto por árvores mais baixas, de 15 a 24 metros de altura; arbustos pouco desenvolvidos e árvores jovens tolerantes à sombra compõem o quarto estrato e, por último, a camada de herbáceas compostas por ervas e gramíneas altas.  
 
Maria, a macaca-aranha
Nos arredores da casa-sede do ICMBio, vive Maria, um exemplo clássico do degradante comportamento humano em relação à fauna silvestre: a jovem macaca-aranha teve sua mãe morta por caçadores e foi levada junto com seus irmãos pequenos ao mercado ilegal de animais. Comprada para servir de animal de estimação para uma família, com o passar do tempo, passou a sofrer maus tratos por parte das crianças da casa. A situação foi descoberta pelo analista ambiental e chefe da UC que tomou as medidas adequadas e levou a macaca de volta à floresta. Maria passou a viver nas proximidades da casa-sede do ICMBio e com as constantes visitas de estudantes, pesquisadores e outros profissionais aprendeu a relacionar a presença de humanos com comida fácil. Desde então, qualquer barulho no saquinho de guloseimas atrai a primata para uma foto.
 Habitação na FLONA -AMAPÁ

Um total de seis família vivem dentro da floresta, que garantem seu sustento a partir dos recursos oferecidos pela natureza. Mas a cultura da mandioca também é exercida a fim de prover a quantidade necessária de carboidrato para as famílias. A roça e uma pequena fábrica, conhecida como “casa de farinha”, onde a raiz da mandioca é processada, quase que artesanalmente são a estrutura necessária para que o alimento final chegue às suas mesas. Essas atividades são feitas na parte da Unidade destinada ao uso para subsistência dos moradores.

A FLONA pode ser resumida como uma área de grande diversidade de espécies vegetais por hectare. Em apenas um indivíduo, pode ser observada a associação de espécies epífitas e briófitas. Toda essa diversidade atrai para a região amazônica o interesse de pesquisadores de diferentes partes do mundo. Esta característica, aliada ao alto grau de conservação, gera um importante serviço prestado pela floresta: o sequestro de carbono.

O grupo de Unidades de Conservação de Uso Sustentável permite a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. De fato, a ampla área florestal preservada entre os rios Falsino e Araguari, foi o fator determinante para a criação da UC.

Fotografia do mês de junho.

Paz interior.