Quanto ao local da habitação podemos dividir em três: os que moram às margens das estradas; os ribeirinhos ( margem dos rios ); os que moram nas comunidades/vilas/distritos interioranos.
Às margens das estradas:
As casas
São construídas com o que a floresta tem a oferecer: madeira e folhas que depois de secas, se transformam em palha.
Fotos: Flávia Pennafort
Caieira
Forno de barro e tijolos em forma arredondada edificado em cima de um buraco para queima de madeira e obtenção do carvão, tem uma entrada grande por onde é colocada a madeira e um orifício em cima, que faz as vezes de chaminé, por onde sai o excesso de fumaça.
Esta verdadeira edificação dá independência ao caboclo pois o carvão resultante é o combustível viável para cozer os alimentos. E dependendo do local ou da época pode gerar uma fonte de renda/troca. Em meus tempos de infância aqui nas bandas do Laguinho, eu tinha amigos cujos pais construiam caieiras em casa. Mas não eram como desta da foto: eram feitos buracos no chão onde a madeira era jogada e queimada formando uma verdadeira fornalha, e a cobertura eram tábuas dispostas lado a lado. É óbvio que essa construção era um verdadeiro perigo para as crianças que corriam pelos quintais dos vizinhos e chegavam a pular as caieiras numa demonstração de valentia.
Trilhas
Nos tempos de turismo ecológico imaginamos uma trilha com setas para a esquerda, direita, indicando a trilha “da onça”, “do veado”, “lanchonete”, “banheiros”. Mas a trilha do nosso caboclo é esta abaixo.
São os caminhos do trabalho: “pavimentados” com pés e terçados, por onde o caboclo sai para a caça e a coleta dos frutos, castanhas, extração de madeira, ou seja, tudo o que a floresta oferece para a sobrevivência deste.
E se um nativo falar que tal trilha é a “trilha da onça” as Hélidas da vida jamais andarão por ela.
A natureza é generosa com o povo da Amazônia. Talvez seja por isso que a ambição e a cobiça não faça parte do caráter do povo daqui. Temos uma visão dominante de que o caboclo ou o índio são ociosos. Mas isso de maneira alguma é verdade. Á questão é que tamanha generosidade não infla o desejo de posse ou acumulação de bens.
Açaizeiros provém além do vinho, o palmito.
A natureza é generosa com o povo da Amazônia. Talvez seja por isso que a ambição e a cobiça não faça parte do caráter do povo daqui. Temos uma visão dominante de que o caboclo ou o índio são ociosos. Mas isso de maneira alguma é verdade. Á questão é que tamanha generosidade não infla o desejo de posse ou acumulação de bens.