A IMPRENSA NO AMAPÁ - Continuação da Postagem do dia 1° de junho de 2012, da Exposição feita pelo Conselheiro Hélio Pennafort na
Reunião do dia 25 de maio de 1994, no Conselho Estadual de Cultura. *
O primeiro veículo de divulgação em áudio que apareceu em
Macapá foi um serviço de alto-falante, inaugurado às 17 horas do dia 25 de
fevereiro de 1945, na Praça Veiga Cabral. Pertencia ao Serviço de Imprensa e
Propaganda do Governo do Território Federal do Amapá. E o primeiro a ocupar seu
microfone foi o Chefe desse serviço, Dr. Paulo Eleutério Cavalcanti Filho, logo
depois de tocada a Marcha Continental, o prefixo. Ele explicou que aquela
aparelhagem destinava-se a divulgar os atos do Governador, notícias da
administração, programas musicais e animar festividades cívicas e eventos
esportivos.
A ideia funcionou. Com o passar dos dias, as proximidades do
serviço de alto-falante virou ponto de concentração dos que queriam se manter
bem informados sobre as iniciativas do Governador naqueles tempos pioneiros do
Território do Amapá.
Com o crescimento da população do Território e o
desenvolvimento das ações governamentais, contudo, o Governo sentiu a
necessidade de ampliar o seu esquema de comunicação social e criou a Rádio
Difusora de Macapá, no dia 11 de setembro de 1946, passando então a contar com
dois órgãos de divulgação de boa penetração, uma vez que já circulava o jornal
“Amapá”, com distribuição em praticamente todos os núcleos populacionais do
Território.
A Rádio Difusora de Macapá começou com 250 watts de potência
num transmissor de ondas médias. Recebeu o prefixo ZYE-2 e o seu slogan era
“Uma Voz do Amapá a Serviço do Brasil”.
Dirigida inicialmente
por Paulo Eleutério Filho e com uma equipe de radialistas extraída do
próprio quadro de funcionários do Governo do Território, a Rádio Difusora de
Macapá chegou a se igualar às melhores emissoras da Amazônia, refletindo muito
bem por aqui a Época de Ouro do Rádio, que o Brasil atravessava.
O avanço da radiofonia era acompanhado tanto no campo
tecnológico quanto na área de programação. A grade de programação da Rádio
Difusora nos primeiros anos consistia em programas musicais pela manhã, “carnet
social” no início da tarde (“carnet social” era o programa que destacava os
aniversários do dia, com o oferecimento de músicas aos aniversariantes). Depois
mais programas musicais, tipo “Peça e Ouça”, até às 18 horas, quando entrava a
prece da Ave Maria, seguida de programas de formação religiosa ou que continham
lições de vida, que nessa época tinham como carro-chefe o Pausa Para Meditação,
produzido e apresentado por Júlio Louzada, um dos maiores radialistas da época.
Às 19 horas entrava a Voz do Brasil, programa obrigatório,
criado por Getúlio Vargas para enaltecer o Estado Novo e que até hoje ainda
frequenta os rádios brasileiros. Só que a duração da Voz do Brasil nesse tempo
era de apenas meia hora. Quando terminava, os locutores anunciavam o Grande
Jornal Falado E-2. Tratava-se de um noticiário denso, muito bem elaborado, que
informava o que de mais importante acontecia no Amapá, no Brasil e no Mundo.
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Após o Jornal Falado, a Rádio Difusora abria espaço para o
rádio-teatro, com a apresentação de novelas de autores nacionais e
dramatizações de episódios da História do Amapá e fatos de grande importância
registrados nesses anos. Havia também programas especiais, como o Clube do Guri
e Desfile de Calouros, apresentados no “palco auditório” da Rádio ou no
Cine-Teatro Territorial. Todas as solenidades cívicas eram transmitidas, como
também as partidas de futebol e as famosas batalhas de confete, que
inicialmente se realizavam na frente do Macapá-Hotel e no Bar do Barrigudo, no
Bairro do Trem.
A partir de 1950, a Difusora passou a contar com um
transmissor de Ondas Curtas, operando na frequência de 4.915 khz, passando a
ser ouvida em todos os quadrantes do Amapá e muito além de suas fronteiras.
Com o passar do tempo, no entanto, a Rádio Difusora de Macapá
teve que substituir aos poucos a sua programação original devido a carência de
recursos humanos, que se acentuou com a saída de grande parte da equipe de
radialistas que atuou na década de 50, principalmente os radioatores,
sonoplastas e produtores de programas. Em 1978, a Rádio Difusora saiu do ar,
cedendo lugar a Rádio Nacional. Foi quando o governo brasileiro criou a
Radiobrás, subordinando a ela todas as emissoras oficiais. Mas com a
transformação do Amapá em Estado, foi a vez da Rádio Nacional ser desativada,
voltando ao ar a Rádio Difusora, em 1989.
Continua...
* O texto foi resumido.
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